terça-feira, 16 de junho de 2009

Odeio heroína e heróis



Odeio heroína e heróis.

Não assistimos, por que a vida real não esta nas telas.
Mas infelizmente seguimos presenciando os corpos nossos de cada dia,
caírem por terra, tombarem em cada esquina, praça, sela, becos e vielas.
Doe, indigna, assusta...
Temos tantos heróis e nenhum é nosso de fato,
Mas quem precisa de herói em um mundo tão real,
Onde a barbárie aniquila e ainda anuncia que vai ser o próximo.
Sou puto e fico mais puto ainda com os discursos em palcos e ausência de prática,
Estão usando a favela, estão usando nossa juventude.
E o pior é que são daqui.
Quem é o inimigo?
Quem é você?

A cor ainda rege quem nasce e marca quem deve morrer,
Antes mesmo do tempo.
Quem são esses que se auto-denominam portadores da voz daqueles que não tem voz,
Quem são esses?
Quem foi que disse quem não temos voz,
Meu mundo é meu,
Ninguém é meu dono.
Estamos gritando nas ruas, estamos morrendo nas ruas, estamos nos matando e seguimos dizendo que somos favela até o fim,
E o fim pra muitos está vindo cedo.
Já passou da hora de acordarmos,
Não precisamos de heróis, tampouco de heroína,
Precisamos de nós mesmo,
Coletivizando nossa luta.
Cabeça erguida sempre!
Acredite.

por Crônica Mendes.

Inspirado nos textos Negrocídio de Maca, Meu luto é minha luta de Ana Clara e no texto escrito por Gog à Ana Clara. Confiram todos estes, no blog de Sérgio Vaz: www.colecionadordepedras.blogspot.com

3 comentários:

Nelson Maca disse...

Salve Crônica,
como vai, parceiro?
Vim conferir o texto e conhecer teu blog, que ainda nao conhecia...
Vou anunciá-lo lá, no Gramática da Ira!

Andarei mais por aqui com certeza!

Cara, bacana o texto, acho mesmo o posicionamento das pessoas de opinião de vital importânccia para estebelecimento de um grande debate sobre segurança pública o Brasil!

GOG sempre me dá, pessoalmente, notícias tuas. Ele tem grande admiração e carinho por você, você sabe!

Quero aproveitar, também, para dizer que você me inspira confiança e, se isso for recíproco, seria bom construirmos nossa proximidade nas batalhas comuns que enfrentamos na nossa guerra cotodiana. E também para Confraternizações - como diz sempre o Poeta!

Ah, tenho acompanhado os corres d'A Família.
Só progresso!!

Com Respeito,
Nelson Maca

Unknown disse...

Irmão, o campo nosso é esse, esse a qual estamos caindo uns e levantando outros, mas é chegada a hora de ausentar a queda. Separados somos alvos faceis e se a luta é a mesma então somos uma, uma legião em campos dos pensamentos libertários, da arte como música despertando o sbuconsciênte adormecido pelas canções de ninar capitalista. O campo dessa batalha é nossa terra, e nossa gente não há de ficar somente vítimadas, temos que debater sim, temos de azirar o dialogo na questão da educação, da violência, da deselegancia que somos vitimas. Estou ae pro dialogo, pra ações, nos aprendizado nosso de cada dia.

Admiro tua escrita e tua pessoa, vinda a mim pelo Gog e pelo pouco tempo aproveitado por mim em te observar, mas como bom observador, minha adimração por você é direta, ou melhor, é esquerda, esquerda do coração.
Gog, é nosso, é do povo...um ótimo amigo e um grande falante ao som do despertar de minha mente.
Cada palavra tua, tens minha reciprocidade.

Forte abraço meu amigo.

Crônica Mendes.

... disse...

Olá,

Li o seu texto em resposta ao de Gog, ao de Maca, ao de Ana Carla... Muito bom! Tenho estado bem reflexiva, pois vivenciei de perto o drama desta minha amiga e de tantos outras afins. Fui aluna de Maca e tenho extensa admiração por ele. Gog, conheci num evento na Universidade através de Maca, grande figura! A partir de agora, acompanharei as letras que andam na tua página também!

Dayse Sacramento