quinta-feira, 12 de julho de 2012

O quintal


O quintal

Quando o céu ficou escuro
E o dia virou noite,
Ela perdeu o controle.
O chão era a cama e o mundo era seu quintal. No desgosto que sentia da vizinhança barulhenta
Ela perdeu o controle.
Sob a luz da lua sem romantismo, o que servia era o olhar, e saber que ainda consegue ver algo.
Isso lhe traz a sensação de que a essa altura infelizmente ainda está acordada.
Não dorme, sonha de olhos abertos. E perde o controle mais uma vez.
Agora tudo se junta num dia só, a sós.
E para onde ir, se tudo está do mesmo jeito.
O quintal está sujo,
Todas as ruas e caminhos estão sujos.
E nem se pode pisar na grama.
Ela perdeu o controle,
Sem medo,
Sem chance.
Entregou-se e foi ao chão
Perdeu o controle.
perdeu.

Crônica Mendes

Um comentário:

VALD disse...

Em nosso dia-a-dia, muita vezes ficamos ma mesma situação da personagem do poema.
Depois da queda, é hora de erguer.
Esse poema perpassa a estrutura da poesia e é ao mesmo tempo uma crônica,um miniconto.
Parabéns!