segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sob os Paralelepípedos


Sob os Paralelepípedos

Estou aqui,
De baixo do céu.
Onde tudo acontece
Sem culpas e culpados,
Nem mesmo eu.
De fato não sei por que,
Mas permaneço aqui.
De baixo
Sob o céu.
Onde tudo é possível,
Onde a noite tem a Lua como lanterna
E o dia tem o Sol como farol.
Aqui,
existo
persisto
Sobrevivo
e aos poucos respiro.
Querem acabar com tudo isso aqui
E eu.
Não sei se o que respiro é ar ou...
Sei lá.
De baixo deste céu, onde está você e eu.
Nas ruas de barro
O asfalto é o sonho.
Nas ruas de pedra
A saúde, a recuperação é o desejo.
O céu é o limite
E estou sob ele.
As águas que escorrem pelos caminhos
São lágrimas junto à chuva e o que sobro do teto,
De casa e do céu.
Do seu e o meu.
“Erga uma pedra e me encontrarás,
corte um pedaço de uma árvore e lá estarei”.
Mas eu,
Eu estou aqui.
Pisam em mim,
e ainda sim,
Sustento as cidades
Sob o céu azul.
Sob, não sobre,
Não soube dizer
O que fazer?
Permaneço
Aqui
sob.

por Crônica Mendes

Um comentário:

Samanta Biotti disse...

Como dizia um grande filósofo ... Nascemos com o medo, pois não sabemos de onde viemos, pra que viemos e por que viemos e a felicidade não existe diante desse complexo, pois buscamos e alcançamos sempre algo novo ou não.

Parabéns!
Um abraço.