terça-feira, 30 de março de 2010

O resgate de Augusto


O resgate de Augusto

Estava tudo preparado para o resgate de Augusto.
Toda a operação fora organizada pelo João do Riso, um palhaço atrevido que vivia da rebeldia da alegria.

A turma, ou melhor, a trupe era composta por fora da lei. Tinha a senhorita gargalhada, condenada outrora ao silêncio no presídio da solidão máxima, que ficava no “interior”. Hoje fugitiva, jura que nunca deixou de ser séria, mas que ironia...
Na linha de frente, aquela gente, não um batalhão e sim um bloco da alegria, procurado por viciar as pessoas contagiando-as uma por uma, até sua dependência.
Até morrer de rir...

Que engraçado!

O plano se resumia no seguinte: passar por cima da ponte depressão, burlar a barricada caótica, que ficava entre as ruas Sem Graça e a Mórbida. Entrar no beco das piadas, sem deixar para trás o bom senso, e mantendo o contato a todo momento com o bom-humor. Na descida da ladeira, com elegância e sem baixar a cabeça, passar direto pela frustração, sem zombar do desgosto. Logo adiante, se o telefone tocar, não atenda, não ligue para o mal-humor.

De frente com a solidão máxima, João do Riso convoca a alegria e a gargalhada anuncia nos megafones a liberdade de Augusto, dando fuga da tristeza e embarcando rumo ao bem estar, rindo para a vida, como o arco Iris sorrindo no céu.

Que felicidade crônica!

por Crônica Mendes

Obs: Esse meu poema é uma atrevida continuação ao poema Jornal da Amargura - Sérgio Vaz (clique no nome do poema e leia-o)

3 comentários:

Anônimo disse...

hahahahahahahaha.

O Augusto é perigoso. belo texto. Ironia é ma ótima combinação com o humor.

ab.

sergio vaz

Anônimo disse...

Às vezes, por erro do tempo, ou do destino talvez, os passos, os caminho se desencontram... E tudo aquilo que outrora foi belo, foi desejado, precisa, ser esquecido, precisa cair no esquecimento.
Cair no esquecimento? Como assim, cair no esquecimento?
Apagar da mente as lembranças, os momentos vividos e aqueles que ainda ficaram por viver... Esquecer só seria possível se o coração parasse de bater, a mente morresse e a alma fosse exclusa do universo espiritual. Impossível esquecer quando se ama. Esquecer os novos sentimentos que surtiam sentimentos esses que escorriam pelos lençóis, sentimentos que rolavam pela face e regavam a nossa vida. Vida essa que talvez esteja melhor agora, que nos traga a sensação de realização, mas que mesmo assim não é suficiente para acabar com o vazio que ainda resta no peito. E se a existência desse sentimento não tem explicação, talvez se justifique num encontro de alma semelhante. O encontro perfeito, no tempo errado, uma tentativa de acerto, quando se trata de seres humanos errantes e imperfeitos. Mas como diria um amigo, “o tempo que mata é o mesmo que cura!”.
Espero e rogo dos céus a graça de Deus para que nossos passos se reencontrem e nossa alma possa se tornar mais forte, e novamente uma.
Um surto de loucura.
By: Tereza

Anônimo disse...

Crônica,

agora que vi, o nome do meu texto está escrito "jornal da madrugada" quando o corrento é "Jornal da margura", ou eu estou ficando louco que nem o Augusto. hahahaha.

abs.

sergio vaz
vira-lata da literatura