domingo, 28 de março de 2010

Odeio heroína e heróis


Odeio heroína e heróis

Não assistimos, por que a vida real não esta nas telas.
Mas infelizmente seguimos presenciando os corpos nossos de cada dia,
caírem por terra, tombarem em cada esquina, praça, sela, becos e vielas.
Doe, indigna, assusta...
Temos tantos heróis e nenhum é nosso de fato,
Mas quem precisa de herói em um mundo tão real,
Onde a barbárie aniquila e ainda anuncia que vai ser o próximo.
Sou puto e fico mais puto ainda com os discursos em palcos e ausência de prática,
Estão usando a favela, estão usando nossa juventude.
E o pior é que são daqui.
Quem é o inimigo?
Quem é você?
A cor ainda rege quem nasce e marca quem deve morrer,
Antes mesmo do tempo.
Quem são esses que se auto-denominam portadores da voz daqueles que não tem voz,
Quem são esses?
Quem foi que disse quem não temos voz,
Meu mundo é meu,
Ninguém é meu dono.
Estamos gritando nas ruas, estamos morrendo nas ruas, estamos nos matando e seguimos dizendo que somos favela até o fim,
E o fim pra muitos está vindo cedo.
Já passou da hora de acordarmos,
Não precisamos de heróis, tampouco de heroína,
Precisamos de nós mesmo,
Coletivizando nossa luta.
Cabeça erguida sempre!
Acredite.

por Crônica Mendes.

Inspirado nos textos Negrocídio de Maca, Meu luto é minha luta de Ana Clara e no texto escrito por Gog à Ana Clara. Confiram todos estes, no blog de Sérgio Vaz: www.colecionadordepedras.blogspot.com

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