domingo, 25 de abril de 2010

Semelhantes ao Sol


Semelhantes ao Sol

Somos tanta gente.
Somos muitos,
e quando estamos sozinhos somos tão pouco.
Somos todos.
Uma legião de sonhadores,
camponeses, urbanos, indígenas,
amantes e sobreviventes.
Quanto temos para comprar um pouco de ar novo - “Respire ar e não gás.”
Quanto temos para vender de sonhos velhos - “Durma bem, pois não terás mais pesadelos”
Parece pouco, mas os olhos não vêem sonhos, apenas imaginam. Quem vê e sente, é o coração e a mente. A deslumbrar um pouco do que um dia foi o céu.
Vivemos castigados querendo o paraíso, tombamos por um pedaço de chão. Somos tão a fim de viver, que lutamos e morremos por isso. Não temos a árvore da felicidade, virou lápis e cadeiras.
E ainda escrevemos no chão com giz ou pedaços de tijolos de construção.
Numa sociedade tão pouca, desigual, hipócrita... Que desconstrói todo dia o sonho de um novo dia, e ainda sim, semelhantes ao sol, despertamos todas as manhãs para iluminar a terra, e manter viva e aquecida a chama da vida em nós.
Somos tão ousados!

Crônica Mendes

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