sábado, 15 de janeiro de 2011

Ela


Ela

Não sou intelectual de favela
Sou Favela.

Se sou intelectual,
quem diz é ela.

A Favela.
Na madruga,
ela nunca está sozinha,
estou com ela.

Meu primeiro terreiro
Minha primeira primavera
Foi com ela.

Já fiz declarações de amor por ela
em cada noite que a lua brilhava no céu
e o céu eu vi dela.

Minha licença poética
quem permite é ela,
Nordestina, brasileira, favela.

Já anunciaram a morte dela,
Mas o coração nunca deixou de bater por ela.

Num ritmo frenético, lembrando o centro
Mas é ela.

Aqui temos o que chamam de sequela.
Com vários sobrenomes,
mas o nome é Favela.

por Crônica Mendes

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