Fábrica
É tão fácil escrever sobre mim, difícil é escrever você.
As palavras parecem fugir como formigas da chuva. Os verbos não te julgam, nem se conjugam em teu tempo. Cada momento passa livre pela caneta, mas não chega a tocar o papel. É tudo uma lembrança que não dá para descrever. Historinhas, contos de quando éramos crianças. Pensar é permitido, lembrar machuca.
E assim segue as linhas em branco esperando um leve toque. As mãos desenham todo movimento mas é como rabiscar o céu. Tudo vem da imaginação.
Por algum instante algo que faz rir, ameaçar o rabisco, mas num suspiro aliviado passa.
É como querer ter de volta os 12 anos, como tentar reinventar o mundo perdido entre os sonhos.
O silêncio se instala, é hora de dormir.
Crônica Mendes
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