sexta-feira, 27 de abril de 2012

Um dia


Um dia

Era um dia perfeito, como ontem,
Mas somente hoje percebi.
Era como antigamente,
Mas infelizmente não pude seguir.
Um dia se foi,
E agora,
Pra onde vamos?
Talvez amanhã ele volte,
Mas de manhã não pode ser,
Pois tudo começa realmente ao anoitecer.
O que á para clarear senão o dia
O que o dia clareia senão à noite...
Era um dia comum,
Mas ninguém notou sua beleza.
Inconveniente, pensei em dizer,
Mas como só pensei, não disse.
Os relógios tentaram anunciar a chegada,
O sono tentou esconder,
A preguiça fingiu não ser nada importante,
E o corpo cedeu a besteira de talvez parecer.
O dia passou,
Um talvez ficou.
Talvez volte
Talvez aconteça novamente
Talvez outro venha...
Mas é tudo um talvez.
Vazio.
Era uma vez um dia comum,
Um dia perfeito,
Mas como é de pequenos detalhes,
Ninguém notou sua importância.
Se foi,
Foi-se seguindo os ponteiros,
Os trilhos do metro, a canção na hora do almoço.
A fadiga logo em seguida,
O cansaço após a faxina,
Os carros, caminhões, ônibus.
Todos num balé fumaçante num vai e vem.
No passo a passo seguindo pessoas,
Se foi como um qualquer,
Mas era um dia perfeito,
Pena que ninguém notou.

Crônica Mendes

2 comentários:

Karla disse...

Lindo!

Daniel Paulo B. Zoreia Jr disse...

MAXIMO RESPEITO AO POETA CRÔNICA MENDES.