O resgate de Augusto
Estava tudo preparado para o resgate de Augusto.
Toda a operação fora organizada pelo João do Riso, um palhaço atrevido que vivia da rebeldia da alegria.
A turma, ou melhor, a trupe era composta por fora da lei. Tinha a senhorita gargalhada, condenada outrora ao silêncio no presídio da solidão máxima, que ficava no “interior”. Hoje fugitiva, jura que nunca deixou de ser séria, mas que ironia...
Na linha de frente, aquela gente, não um batalhão e sim um bloco da alegria, procurado por viciar as pessoas contagiando-as uma por uma, até sua dependência.
Até morrer de rir...
Que engraçado!
O plano se resumia no seguinte: passar por cima da ponte depressão, burlar a barricada caótica, que ficava entre as ruas Sem Graça e a Mórbida. Entrar no beco das piadas, sem deixar para trás o bom senso, e mantendo o contato a todo momento com o bom-humor. Na descida da ladeira, com elegância e sem baixar a cabeça, passar direto pela frustração, sem zombar do desgosto. Logo adiante, se o telefone tocar, não atenda, não ligue para o mal-humor.
De frente com a solidão máxima, João do Riso convoca a alegria e a gargalhada anuncia nos megafones a liberdade de Augusto, dando fuga da tristeza e embarcando rumo ao bem estar, rindo para a vida, como o arco Iris sorrindo no céu.
Que felicidade crônica!
Crônica Mendes
Obs: Inspirado no poema Jornal da Amargura do Poeta Sérgio Vaz
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