terça-feira, 30 de abril de 2013

Latidos são canduras (Poesia inédita)


Latidos são canduras

Não há como dizer que não se ouve pois toda noite ele vem
com seus passos curtos e preciso trazendo feridas novas também.
É como a Lua que tem o dia, mas é na noite que brilha. Um jeito cabisbaixo, ombros que lembram vigas surradas pelo tempo, olhos que provocam o amor. Tem dias que demora de vir, mas boêmio ele sempre vem como uma música velha da época de ouro do rádio. Ligeiro toma toda a rua.
É o dono da boca.
O dono da noite.
É o tocaia do maltrapilho mal intencionado.
É o jeito mais comum de se proteger de um passado.
Busca comida, carinho, um canto qualquer num coração bom. Não é de ninguém, é livre e com ele tudo pode acontecer.

Crônica Mendes

Um comentário:

Ronaldo Nunes disse...

Feito um cão que vira a lata em busca de alimento, cá estou eu, em busca de poesia, esse pão que alimenta a alma. Ainda bem que sempre que por aqui passo, saio saciado.

Como sempre você descrevendo bem o que te cerca.
Grande abraço meu amigo!