terça-feira, 16 de março de 2010

Romance de minutos


Romance de minutos

Como que se fosse numa passarela,
Ela desce toda rua
Se equilibrando perfeitamente em um salto fino e longo,
Que a deixa bem mais perto do céu.
O vento, eu invejo,
Pois este toca seus cabelos com o ar de bem vindo.
O sol tenta olhar direto nos olhos dela,
Mas um detalhe em óculos já chegou primeiro.
Um passo de cada vez,
“Linda lá vai ela.”

Ombros de fora, lábios que brilham como estrelas
Um pescoço atiçante que me faz pensar qual deve ser o teu cheiro.
Se sente leve, não pisa no chão, está sobre as nuvens,
Sua sombra, perfeita, segue exatos movimentos teus...
A descida parece torturante,
Mas ela não perde a elegância.
Os paralelepípedos, privilegiados por vigiá-la de perto,
De baixo.

Uma suave seda que cobre todo este espetáculo de mulher,
Como uma cortina vermelha clara.
Claro que pensei em abraçá-la.
Como quis que uma chuva viesse a molhar este corpo agora.
Flores espalhadas de forma desigual por toda pouca vestimenta,
Me fazem lembrar um jardim das mais belas pétalas,
De aroma sutil e marcante...

A ladeira termina,
A curva me impede de continuar sonhando.
Ela se foi,
A chuva veio.

por Crônica Mendes

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