domingo, 5 de agosto de 2012

A poesia é pouco


A poesia é pouco...
Pouco provável que seja pouca,
ou pouca vergonha dita em poucas palavras.
A poesia é pouco...
Pouco provável que seja pouca,
por que o bastante é latejante e amargo no final
Onde mora a poesia,
é onde morre a arrogância.
A poesia é pouco...
Pouco provável que seja pouca,
não tola, nem tolerante,
abrangente.
Em cada palavra, uma pá de verbos
servido à adjetivos por sujeitos comuns.
Dispensa frescura e nas escuras,
traduz figuras, estranhas entre linhas destrinçadas.
A poesia é pouco...
Pouco provável que seja pouca,
tampouco que seja tola.
Numa vida sem sentido, sentindo muito o vazio
disso.
Numa vida mórbida, transforma,
A poesia transforma a ponto de transbordar a mutação,
multidão de pessoas, de palavras.
O vomito literário, o desabafo, o despeso de tudo que aperta o peito,
ou de tudo que preenche o peito.
Isso é poesia,
poesia pouco,
pouco provavél que seja pouca.
Sinta o gosto,
prove.

Crônica Mendes
Dedicada ao MST

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